manda nudes?
Somos
montagens de fotos sorrindo, de roupas íntimas e lugares que se tornem o nosso
paraíso. A conversa é um oi, uma troca de saber se o outro está bem e um flerte
que já beira ao sexo, ao infame, a desejos secretos, em fogo no meio das
pernas. Essa mania de querermos somente putaria, infelizmente putaria rápida,
de esconder os sentimentos e ficar reciclando bocas desconhecidas, fazem com
que nos tornemos desconhecidos de nós mesmos.
Não, hoje eu não quero nudes, não quero esse tipo de superficialidade.
Gostaria de te convidar para jantar em algum restaurante, visitar uma livraria
para eu conhecer seus gostos, talvez ir ao cinema para trocar beijos inocentes.
Tô precisando conhecer mais profundamente alguém, saber qual foi a última vez
que chorou, a música favorita dela. Entender o motivo de estar solteira por aí,
querendo ser especial para outra pessoa. Não quero ser o homem de um encontro
só, o que transforma em lenda o “amanhã te ligo para marcar a próxima”.
Meu corpo não foi feito para ter duração de um dia, ele quer pertencer
eternamente a alguém. Alguém que o trate bem e que o encha de carinho e de
beijos. Estou afim de enxergar os seus olhos, antes de ver o seu decote e o
tamanho da sua bunda. Não me importar tanto se vou com a minha melhor cueca ou
imaginar se você está usando algo por baixo dessa calça jeans que marca seu
corpo. Chega de ser raso, de querer o mínimo do outro, de satisfazer-se em
breves momentos: quero mergulhar em uma paixão que não tenha fim.
Eu estou com vontade de amar alguém que queira história e palavras, não somente gemidos e tesão barato que acaba com um simples orgasmo e uma virada na cama para dormir. O mundo está necessitando mais dessa inocência, do amor bobo, de respeitar corpos, das mãos não estarem em partes quentes, da boca não se aproximar de onde arrepia. Por isso, antes de pedir que eu tire as roupas, desnude a minha alma.
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